domingo, 8 de agosto de 2010

9 - Relações masculinas com meu pai.

Dia dos pais. Eu tenho muito orgulho de ter um pai como ele... é uma pessoa boa e inteligente. Nunca nos bateu e sempre optou pela conversa. Fomos almoçar fora, num restaurante coreano conhecido pelas nossas irmãs, onde pude experimentar algo diferente.
Na volta, algumas questões voltaram a minha mente. São questões de extrema aflição. Me pego pensando em como tenho medo de ganhar a desaprovação dele, que fez de tudo para me criar e me dar uma boa estabilidade. Em nenhum momento quero fazer com que ele se sinta envergonhado ou irritado, algumas vezes já discutimos e todas as vezes foram um erro, um pior que o outro.

Tenho medo das consequências de desaprova-lo. As consequências que trariam pra saúde de meu pai e para o emocional de minha mãe. Por vezes me sinto preso a eles, como uma obrigação. Afinal, eles sacrificaram boa parte dos objetivos e promessas de vida que teriam se não tivessem filhos. Uma fardo por vezes agradável, que lhes dava uma sensação de complementação e cuidado, mas mesmo assim, um fardo. Meu pai por vezes se mostra frustrado pela falência; minha mãe gostaria de ter feito outra faculdade.

Fugir deles, como uma forma de liberta-los da tristeza de ter um filho que não corresponde aos aspectos emocionais que em mim depositaram, é impossível. Porque da mesma forma, seria outro motivo de preocupação, como constatei. Novamente, me vejo preso aos meus pais e isso não é uma boa coisa.
Existem coisas, que ditas anteriormente ao meu pai, foram motivo de grande crise e ambas as partes preferiram deixar "as coisas como sempre foram". Acontece que as situações mudam e nem de longe eu sou o filho que ele queria que eu fosse e por mais orgulho que ele tenha, é um orgulho falso, basicamente por eu ser de sua linhada; não pelas minhas escolhas e atitudes pessoais.
Às vezes percebo que ele se frustra com nossa distância, mas como sermos próximos se somos pessoas tão diferentes? Meu pai é uma das pessoas mais cultas que conheço, alguém que tenho como exemplo, porém é um homem de seu tempo. Talvez tenha o mesmo pensamento que eu em relação a ele e isso é definitivamente um paradigma de muitos pais e filhos. Muitas coisas entre nós se parecem com tabus. Existem e ninguém é cego, mas é melhor evitar o estresse envolvido.

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