sexta-feira, 6 de agosto de 2010

5 - P. Dissociativa. Caim.

Tem algumas horas que já estou em casa. Passo o dia inteiro pensando nas coisas que tenho que fazer, resolver, pesquisar e sempre que volto sinto uma vontade enorme de não fazer nada das coisas que ansiei.

Eu sempre considerei meus pais como meio desestruturados, mas nunca pais falhos ou ausentes. Hoje, porém, eu penso que talvez o problema seja outro. Por algum motivo aleatório eu sempre tendo a perceber a culpa nas pessoas e o quanto fui injustiçado, mas pensando com seriedade, talvez a realidade possa ser diferente. É estranho pensar dessa forma, uma vez que anula o meu próprio entendimento das situações.
Não isoladamente, já me ocorreu um confronto e nesse caso já ouvi comentários estranhos e acusações de alterar a percepção e mudar o que foi dito. Nessas horas só uma coisa parece fazer sentido: que pessoas loucas e revoltadas, desestruturadas e neuróticas.
A minha tendência pessoal é a de indagar tudo e com isso o mundo confunde-se mais. Não dificilmente testei reações nas pessoas e quanto mais dissimulado consigo ser, mimetizando reações, expressões e falas de pessoas consideradas corretas, melhor é o resultado adquirido. Quando, pelo contrário, cínico e forçado são adjetivos por vezes escutado. Parece-me inaceitável ter que agir forçadamente para parecer natural, anular tudo o que se é para que se possa ser algo verdadeiro ou ao menos não piorar a sensação das outras pessoas sobre nós. É preciso ser feliz e sorrir o tempo todo.
Em razão disso, é pra mim estranho manter relações duradouras, pois parece, mesmo eu não percebendo, para os outros díficil e tedioso lidar com alguém real, na instância do real que apresentei; e com o tempo, se torna angustiante essa anulação do ser já dita anteriormente em troca do convívio. Outra coisa me incomoda seguidamente, o sentir que a maioria das pessoas sente, é totalmente diferente. Muitas situações emocionantes aos demais, nada me interferem e principalmente, parece horrível quando o que deveria sentir [segundo o conhecimento sobre] não é sentido. Essa indiferença causa-me tristeza e inadequação.

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