Mostrando postagens com marcador poor. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador poor. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Class consciousness. Conscience de classe. Consciência de classe.

This is a story I lived in travelling times. After exchanging a few words and accompanying an enlightened member of the left-wing, I was received in a beautiful apartment with several rooms in one of the most expensive areas of the city of Rio de Janeiro. There, after smoking a joint, listening to music and talking about politics, I was very well received, but I could not stay in the place. I was traveling, without a place to stay the night, and I did not want to pass the street. Seeing that I was a traveler and had nowhere else to go, my host soon said he did not feel comfortable in allowing me to stay for a single night. A fucking single night. He offered me coffee, water, and chocolate. More coffee. It allowed me to take a shower. It was really helpful. I realized his great collection of books and luxury. A photo of Che Guevara and Fidel Castro among porcelain from other countries. Great musical taste. Although the host did not drink, there was a very expensive bottle of drink on the table. There was food in the refrigerator. He offered me dinner. But a place to sleep was too much. Even though there is a balcony. The dog could not stand my presence. He had bitten me in the face. No one is obliged to receive someone, but I was not exactly a stranger. And solidarity is not the first word of the leftist's vocabulary? Maybe he was not a socialist. He was another capitalist. He began to offend me. In a polite way. It was clear I was not welcome. Ask for a sheler to spend a single night was asking too much. I suspect it was due to tension. He did not consider me an equal, but a minor in his hierarchy of capital. I just leave because I could not stay, after experiencing a little consciousness awareness of the things I could have and had not at that moment. It was really helpful. Then I stayed the night at a local bar. In company with women from other countries. Solidarity is something I have alongside other workers. Even those without class consciousness. The poorest have even given me money, for no reason, just helping. The richest people discuss poverty in Ipanema, sitting in air-conditioned rooms with TV and elegantly decorated rooms. There was even a sofa. But the dog was not happy. The host was not comfortable. Portrait of Brazil.



C'est une histoire que j'ai vécue à l'époque du voyageur. Après avoir échangé quelques mots et accompagné un membre informé de la gauche, j'ai été reçu dans un bel appartement avec plusieurs chambres dans l'une des zones les plus chères de la ville de Rio de Janeiro. Là, après avoir fumé un marijuana, écouté de la musique et parlé de politique, j'ai été très bien reçu, mais je ne pouvais pas rester à la place. Je voyageais, sans endroit pour rester la nuit, et je ne voulait pas passer la rue. Voyant que j'étais un voyageur et que je n'avais nulle part où aller, mon hôte a bientôt déclaré qu'il ne se sentait pas à l'aise de me permettre de rester une seule nuit. Il m'a offert du café, de l'eau et du chocolat. Plus de café. Cela m'a permis de prendre une douche. C'était vraiment utile. J'ai réalisé sa grande collection de livres et de luxe. Une photo de Che Guevara et Fidel Castro parmi la porcelaine d'autres pays. Grand goût musical. Bien que l'hôte ne buvait pas, il y avait une bouteille de boisson très chère sur la table. Il y avait de la nourriture dans le réfrigérateur. Il m'a offert le dîner. Mais un endroit pour dormir était trop demander. Même s'il y a un balcon. Le chien ne pouvait pas supporter ma présence. Il m'avait mordu au visage. Personne n'est obligé de recevoir quelqu'un, mais je n'étais pas vraiment un étranger. Et la solidarité n'est pas le premier mot du vocabulaire de la gauche? Peut-être qu'il n'était pas socialiste. Il était un autre capitaliste. Il a commencé à m'offenser. D'une manière polie. Il était clair qui je n'était pas le bienvenu. Demander un lieu pour passer une nuit était beaucoup à demander. Je soupçonne que c'était dû à la tension. Il ne me considérait pas comme un égal, mais comme un mineur dans sa hiérarchie du capital. J'ai essayé de partir parce que je ne pouvais pas rester, après avoir éprouvé un peu de conscience des choses que je pouvais avoir et que je n'avais pas à ce moment-là. C'était vraiment utile. Ensuite, j'ai passé la nuit dans un bar local. En compagnie de femmes d'autres pays. La solidarité est quelque chose que j'ai avec d'autres travailleurs. Même ceux sans conscience de classe. Les plus pauvres m'ont même donné de l'argent. Les plus riches parlent de la pauvreté à Ipanema, assis dans des chambres climatisées avec télévision et des chambres élégamment décorées. Il y avait même un canapé. Mais le chien n'était pas content. L'hôte n'était pas à l'aise. Portrait du Brésil.




Esta é uma história que vivi em tempos de mochileiro. Após trocar algumas palavras e acompanhar pela internet um membro da esquerda esclarecida fui recebido em um belo apartamento, com vários quartos, em uma das regiões mais caras da cidade do Rio de Janeiro. Lá, após fumar um baseado, ouvir música e conversar sobre política, fui muito bem recebido, mas não pude permanecer no local. Estava viajando, sem um lugar para passar a noite, e não queria passar na rua. Vendo que eu era um viajante e não tinha outro lugar para ir, o meu anfitrião disse logo não se sentir confortável em permitir minha estadia por uma única noite. Me ofereceu café, água e chocolate. Mais café. Me permitiu tomar um banho. Foi sim de grande ajuda. Percebi sua grande coleção de livros e luxo. Uma foto de Che Guevara e Fidel Castro em meio a porcelanas de outros países. Grande gosto musical. Apesar do anfitrião não beber, havia uma garrafa de bebida muito cara sobre a mesa. Havia comida na geladeira. Me ofereceu um jantar. Mas um lugar para dormir era demais. Mesmo havendo uma sacada. O cachorro não suportaria minha presença. Havia me mordido no rosto. Ninguém é obrigado a receber alguém, mas eu não era exatamente um desconhecido. E solidariedade não é a primeira palavra do vocabulário da esquerda? Talvez ele não fosse um socialista. Era outro capitalista. Passou a me ofender. De forma educada. Ficou claro que não era bem vindo. Pedir um teto para passar uma madrugada era pedir muito. Desconfio que foi devido a tensão. Não me considerou um igual, mas alguém menor na sua hierarquia do capital. Tratei de ir embora, porque não poderia ficar, após experimentar um pouco a consciência das coisas que poderia ter e não tinha naquele momento. Me foi sim de grande ajuda. Depois suportei a noite em um bar local. Em companhia de mulheres de outros países. Solidariedade é algo que tenho ao lado de outros trabalhadores. Mesmo aqueles sem consciencia de classe. Os mais pobres já me deram até dinheiro. Os mais ricos discutem a pobreza em Ipanema, sentados em salas climatizadas, com televisão e salas decoradas de forma elegante. Havia até mesmo um sofá. Mas o cachorro não estava feliz. O anfitrião não estava confortável. Retrato do Brasil.






go for a beer young boy, you deserve it.

Please make a donation. I live in the third world and to continue any work, writing and artistic production, videos or images, I need your financial engagement to not end up in one of the mass exploitation factories of the Brazilian market dictatorship. Please!!!!! Any value counts, 50 reais (12,5 $) is little out there but it makes a big difference here.


Em moeda €€€ EURO:


Em moeda $$$ DOLLAR:


Em moeda nacional R$:

Conta corrente:
Ag: 8351
cc: 15578-6


****

Mes motivations, vive la liberté!

terça-feira, 14 de novembro de 2017

About moral anecdotes I hate. Sobre anedotas morais que odeio. A propos d'anecdotes morales que je hais.

About moral anecdotes and collective judgments of everyday life that I hate: that unbearable and repeated story a million times about Joseph who was an example to be followed by being rich but humble. There is always great emphasis on the counterpoint, something that is even said in solemn form, an order to rethink your deeds, 'cause Joseph, "was somebody who you gave nothing to", for his simplicity, but now he taught you a lesson on appearances, because he is in reality very rich. You see, at no time does anyone shout "guillotine at the rich", the rich are our heroes and respected examples. A life lesson in appearances and humility, as if my generation had never seen an advertising hamburger McDonalds and the real product itself. Ideal and real. It is obvious that they are different and that the image is only a spectral representation of another image, so earthy and artificial, as, in short, this story is a bullshit and, besides that, it would not also fair have the right to the same compassion and even the right to the same protagonism, "the John, the poor, but proud" one? Why does "The poor but proud John" not also have a popular anecdote as the other, for even more psychological torture against me? In fact they could put both in a gladiatorial fight to death and crucifixion, as they did in Rome, "The rich but humble Joseph" versus "The poor but proud John".

***
Sobre anedotas morais e julgamentos coletivos do cotidiano que eu odeio: aquela história insuportável e repetida um milhão de vezes sobre José que era um exemplo a ser seguido por ser rico, porém humilde. Há sempre grande ênfase no contraponto, algo que é dito até mesmo em formato solene, uma ordem para repensar seus atos, pois José, "era alguém que você não dava nada", pela simplicidade, mas agora ele te ensinou uma lição sobre aparências, porque ele é rico. Veja bem, em nenhum momento alguém grita "guilhotina nos ricos", os ricos são nossos heróis e exemplos respeitados. Uma lição de vida sobre aparências e humildade, como se a minha geração nunca tivesse visto um hambúrguer publicitário do mcdonalds e o produto real. Ideal e real. É óbvio que são diferentes e que a imagem é apenas representação espectral de uma outra imagem, tão terrena e artificial quanto, enfim, essa história é uma droga e, além disso, não teria também direito à mesma compaixão e até direito a um local de fala, o jamais escutado, João que é pobre, porém soberbo? Por que João pobre porém soberbo não tem também uma historieta popular para ainda mais tortura psicológica? Aliás poderiam pôr ambos em uma luta de gladiadores até a morte e crucificação, como faziam em roma, José rico porém humilde vs João pobre mas soberbo.

***

A propos d'anecdotes morales et de jugements collectifs de la vie quotidienne que je hais: cette histoire insupportable et répétée mille fois sur Joseph qui fut un exemple à suivre en étant riche;. Il y a toujours une grande emphase sur le contrepoint, quelque chose qui est même dit sous forme solennelle, un ordre pour repenser vos actions, parce que Joseph était quelqu'un à qui vous n'avez donné rien, pour sa simplicité, mais maintenant il vous a donné une leçon de la vie, leçon sur les apparences, parce qu'il est en réalité très riche, mais humble. Vous voyez, à aucun moment quelqu'un ne crie guillotine aux riches, les riches sont nos héros et nos respectés exemples morales. Une leçon de vie dans les apparences et l'humilité, comme si ma génération n'avait vu la publicité de mcdonald burger et le vrai produit lui-même. Idéal et réel. Il est évident qu'ils sont différents et que l'image n'est qu'une représentation spectrale d'une autre image, tellement terrestre et artificiel, car, en somme, cette histoire est une connerie et, en plus de cela, elle n'aurait pas le droit à la même compassion et même le droit au même protagonisme, le Jean pauvre mais fier? Pourquoi le Jean pauvre mais fier n'a-t-il pas aussi une anecdote populaire comme l'autre, pour encore plus de torture psychologique contre moi? En fait, ils pouvaient mettre les deux dans un combat de gladiateurs à la mort et à la crucifixion, comme ils l'ont fait à Rome, "Jean pauvre mais fier" contre "Joseph, le riche mais humble".


go for a beer young boy, you deserve it.

***



***
Please make a donation. I live in the third world and to continue any work, writing and artistic production, videos or images, I need your financial engagement to not end up in one of the mass exploitation factories of the Brazilian market dictatorship. Please!!!!! Any value counts, 50 reais (12,5 $) is little out there but it makes a big difference here.


Em moeda €€€ EURO:


Em moeda $$$ DOLLAR:


Em moeda nacional R$:

Conta corrente:
Ag: 8351
cc: 15578-6


****

Mes motivations, vive la liberté!

terça-feira, 5 de setembro de 2017

The hypocrisy of workers in the work reform - Brazil (post-coup era)

1906, litografia de Gilles Grandjouan
I think that people like myself, a really hard-working guy in my mid 20 years old, emprisonned in this form of social organization of work since ever, and is not the case to say we already don't have rights, but anyone, any normal poor person in brazil already worked to the for-profite private Enterprises and I think nobody is or was happy today or yesterday, or even in the future and we still continue working for them as we don't have other choices, and this is our whole hypocrisy. Fast food chains had always the worst case cenarios with creepy B horror movies side stories, so I mean, I worked as seller of credit (stage of capitalism where we sell money) by computer for poor and financially uneducated people, to supposedly help them, so as to say it, how many ethic questions are asked when they make people work in these devilishly conditions and always by contracts, for the purpose of profit? It's not specifically the so called CLT jobs or the informal job. Workers by temporary contracts is the new face of the workforce in the brazilian hell of free market. In Sao Paulo, the current mayor of the city has, as main discourse, the logic of work as a social program. It's Ronald Reagan himself, and he is also a celebrity too. It is no longer enough that the minimum wage has increased well below inflation, decreasing it's purchasing power, but now, with the labor reform in Brazil, works which were already precarious and privatized, became even worse, in the interest of those who already have the means of production. The poor now do not even have the right to a full-time minimum wage, only if this is stated in contract, because there is now a form of work called intermittent labor. What in theory happens in an advanced project of division of labor where the worker gains free time once he receives his money per hour worked, being so in his charge and interest to work more or less for profit. What is not said in official advertising is that in the experience of the big city much of our time is lost in mass transit and what is left is not enough for leisure time and studies. That means the working class lost their right to get a higher education and leisure. A large part of the working class in Brazil, and especially a large part of the workers of Sao Paulo, my hometown, works daily without rest, sometimes selling even their own day off, those who still have a formal contract and are protected by the old norms of legislation. Many others need to work two different jobs, without day off, as a way to ensure a decent income, which guarantees a minimum of comfort. Families do not have time to look after their own children. The lower pay professions are despised by the ruling class and even by a snobbish and disqualified middle class, because of a meritocratic ideology in a country with a history of slavery. Teachers in Sao Paulo need to undergo the logic of incessant, supposedly intermittent, double-timed work. Today even pregnant women need to work without maternity leave. Because the rights were practically suspended and the lie was selled by the television. Any strike is punishable by imprisonment or wages cut. To my generation was promised a four-hour job and a leisure society, what we have is the possibility of working twelve hours and earning just enough to pay the bills while the free time is criminalized and our spaces of resting are paid. Not to mention social gentrification and real estate speculation, which keeps everyone in danger of indigence. And only God alone knows, God who does not exist, how Sao Paulo treats it's homeless people. It's our silent crime. Or our televised crime. Rest time is a time of exhaustion in the city that never sleeps. While you sleep, the productive mayor works.

***

O direito à preguiça.
Paul Lafargue. 1848
Je pense que des gens comme moi, un gars travailleur, au milieu de mes 20 ans, prisonnier de cette forme d'organisation sociale du travail depuis toujours, et ce n'est pas tout à fait le cas de dire que nous n'avons plus de droits du travail, mais n'importe qui, n'importe quelle personne normale et pauvre au Brésil a travaillé pour des compagnies privées qui cherchent seulement plus de profit et je pense que personne n'est ou n'était heureux en vendant leur temps, que ce soit aujourd'hui ou hier, ou même dans le futur, et même alors nous continuons à travailler pour ces entreprises s'il n'y avait pas d'autres sorties et c'est notre hypocrisie. Les chaînes de fast-food ont toujours le pire des cas possibles, avec les histoires les plus effrayantes de films d'horreur B, qui est, j'ai moi-même travaillé comme vendeur de crédit, ordinateur (télémarketing) aux pauvres sans éducation financière, soi-disant pour les aider, en d'autres termes, combien de questions éthiques sont posées quand ils nous soumettent à travailler dans ces conditions diaboliques et toujours par des contrats? Ce n'est pas exactement ce qu'on appelle les emplois CLT ou tout autre travail informel. Les travailleurs contractuels temporaires, appelés intermittents, sont le nouveau visage de la main-d'œuvre sur le marché infernal du travail brésilien. À São Paulo, l'actuel maire de la ville a, pour discours principal, la logique du travail en tant que programme social. C'est le Brésilien Ronald Reagan lui-même, étant aussi une célébrité. Non plus seulement le fait que le salaire minimum a augmenté bien au-dessous de l'inflation, ce qui réduit leur pouvoir d'achat, mais maintenant, avec la réforme du travail, qui était déjà précaire et privatisée, est devenu encore pire, dans l'intérêt de ceux qui ont déjà les moyens de production. Les pauvres n'ont même pas droit au salaire minimum, seulement si cela est stipulé dans le contrat, car il existe maintenant une forme de travail appelée travail intermittent. Ce qui se passe en théorie dans un projet avancé de division du travail, où le travailleur obtient du temps libre une fois qu'il reçoit son argent par heure travaillée, étant à sa charge et intérêt à travailler plus ou moins. Ce qui n'est pas dit dans la publicité officielle, c'est que dans l'expérience de la grande ville, une grande partie de notre temps est perdue dans le transport public et ce qui reste n'est pas suffisant pour les loisirs et les études. Les travailleurs ont perdu le droit au temps libre et à l'éducation supérieure. Une grande partie de la classe ouvrière au Brésil et surtout la plupart des travailleurs à São Paulo, ma ville natale, continuer à travailler tous les jours sans repos, parfois même vendre le jour de congé, ceux qui ont encore un contrat formel et sont protégés par les anciennes normes de la législation. Beaucoup d'autres besoin de travailler dans deux emplois différents pour assurer un revenu décent, ce qui garantit un minimum de confort. Les familles n'ont pas le temps de s'occuper de leurs propres enfants. Les professions moins rémunérées sont méprisées par la classe dirigeante et même par une classe moyenne snob et disqualifiée à cause d'une idéologie méritocratique dans un pays avec un passé d'esclavagiste. Même les enseignants de São Paulo doivent se soumettre à la logique du travail incessant, supposé intermittent, en effectuant des journées doubles. Aujourd'hui, même les femmes enceintes doivent travailler sans congé de maternité. Parce que les droits étaient pratiquement suspendus et que le mensonge enveloppés ont été jetés dans la gorge par les médias traditionnels. Toute grève est passible d'emprisonnement ou de suspension de salaire. Pour ma génération a été promis un travail de quatre heures et une société de loisirs, ce que nous avons est la capacité de travailler douze heures et seulement gagner assez pour payer les factures, alors que le temps libre est criminalisée et des espaces de repos sont payés. Sans parler de l'embourgeoisement social et de la spéculation immobilière, qui met tout le monde en danger de indigence. Et Dieu seul, qui n'existe pas, sait comment Sao Paulo traite ses sans-abri. C'est le crime silencieux de ma ville. Ou le crime télévisé. Le temps de loisir est un moment d'épuisement dans la ville qui ne dort jamais. Pendant que vous dormez, le maire productif travaille.

***

Oito horas de trabalho, 
Oito horas de lazer, 
Oito Horas de descanso 
Melbourne, 1856
Penso que as pessoas como eu, um cara trabalhador, na metade dos meus 20 anos, aprisionado nessa forma de organização social do trabalho desde sempre, e não é bem o caso de dizer que já não temos direitos trabalhistas, mas qualquer um, qualquer pessoa normal e pobre no Brasil já trabalhou para as empresas privadas que apenas buscam mais lucro e acho que ninguém é ou estava feliz enquanto vendia seu tempo para elas, seja hoje ou ontem, ou mesmo no futuro, e mesmo assim continuamos trabalhando para estas empresas como se não houvesse outras saídas e aí que está a nossa hipocrisia. As cadeias de fast-food sempre tiveram os piores casos possíveis, com as histórias mais assustadoras de filmes de terror B, isto é, eu mesmo trabalhei como vendedor de crédito, por computador (telemarketing), para pessoas pobres e sem educação financeira, supostamente para ajuda-las, em outras palavras, quantas questões éticas são levantadas quando eles nos submetem a trabalhar nessas condições diabólicas e sempre por contratos? Não são exatamente os chamados trabalhos com CLT ou aquele trabalho informal qualquer. Trabalhadores por contrato temporário, chamado intermitente, são o novo rosto da força de trabalho no infernal mercado de trabalho brasileiro. Em São Paulo, o atual prefeito da cidade tem como discurso principal a lógica do trabalho enquanto programa social. É o próprio Ronald Reagan brasileiro, sendo ele também uma celebridade. Já não basta o fato do salário mínimo ter aumentado bem abaixo da inflação, diminuindo seu poder aquisitivo, mas agora, com a reforma trabalhista, o que já era precarizado e terceirizado, ficou ainda pior, à mêrce dos interesses dos que já possuem os meios de produção. Os pobres agora nem ao menos tem direito a um salário mínimo integral, apenas se isso estiver declarado em contrato, porque agora existe uma forma de trabalho chamada trabalho intermitente. O que em teoria se dá em um projeto avançado de divisão do trabalho, onde o trabalhador ganha tempo livre uma vez que recebe seu dinheiro por hora trabalhada, ficando a seu cargo e interesse trabalhar mais ou menos. O que não é dito na propaganda oficial é que na vivência da cidade grande muito do nosso tempo é perdido em transporte público de massa e o que sobra não é suficiente para o lazer e os estudos. Os trabalhadores perderam o direito ao tempo livre e à educação superior. Boa parte da classe trabalhadora no Brasil e em especial boa parte dos trabalhadores de São Paulo, minha cidade de nascença, permanecem trabalhando diariamente sem descanso, às vezes vendendo até mesmo a própria folga, estes que ainda tem carteira assinada e são protegidos pelas normas antigas da legislação. Muitos outros precisam trabalhar dois horários como forma de assegurar uma renda digna, que garanta um mínimo de conforto. As famílias não tem tempo para cuidar dos próprios filhos. As profissões da base são menosprezadas pela classe dominante e até mesmo por uma classe média esnobe e desqualificada por causa de uma ideologia meritocrática em um país com histórico de economia escravista. Até os professores em São Paulo precisam se submeter a lógica do trabalho incessante, supostamente intermitente, realizando jornadas duplas. Hoje mesmo as grávidas precisam trabalhar sem licença maternidade. Porque os direitos praticamente foram suspensos e a mentira foi enfiada garganta abaixo pela mídia mainstream. Qualquer greve é punida com prisão ou corte nos salários. À minha geração foi prometido um trabalho de quatro horas e uma sociedade de lazer, o que temos é a possibilidade de trabalhar doze horas e ganhar apenas o suficiente para pagar as contas, enquanto o tempo livre é criminalizado e os espaços de descanso são pagos. Sem falar da gentrificação social e da especulação imobiliária, que mantém todos ameaçados com a indigência. E só Deus, que não existe, sabe como Sao Paulo trata seus moradores de rua. É o crime silencioso de São Paulo. Ou o crime televisionado. O tempo de descanso é um tempo de exaustão na cidade que nunca dorme. Enquanto você dorme, o produtivo prefeito trabalha.


go for a beer young boy, you deserve it.

***
Please make a donation. I live in the third world and to continue any work, writing and artistic production, videos or images, I need your financial engagement to not end up in one of the mass exploitation factories of the Brazilian market dictatorship. Please!!!!! Any value counts, 50 reais (12,5 $) is little out there but it makes a big difference here.


Em moeda €€€ EURO:


Em moeda $$$ DOLLAR:


Em moeda nacional R$:

Conta corrente:
Ag: 8351
cc: 15578-6


****

Mes motivations, vive la liberté!