sábado, 15 de abril de 2017

Anecdotes of democracy and political position.

In the republic in which I live, one of the inhabitants, who is not exactly a resident, but a boyfriend of the principal resident, was visibly annoyed to know that the pasta we made with our own money was baptized with herbs whose taste he did not like the odor or even it's effects. We are accused of not respecting the other residents who do not use the same spices, but in any situation they want to forbid us. There is no prohibition that I have in mind against them, but in the imaginary of them to cook with such spices is wrong. They could not complain because it was paid for and by us, and it was done by our hands, but even so it was interesting to notice the marked annoyance in the expressions, as if we had an obligation to do things as they like, and not as we like, we are always the ones that need to adapt, never them, the difference is that we do not impose, we only launch the option. You are not forbidden to eat, just as a vegetarian is not forbidden to eat meat, in fact he is constantly "encouraged" to eat meat. In a barbecue in Brazil, no one decides to do anything else because of the vegetarian minority, fucking vegetarians, and now that we live in a republic more open to new experiences, conservative perceptions have become a minority, which has already generated comments from residents who want to impose rules against us because we do not limit ourselves to the experiences they can share. We have our own practices. I live according to them and intend to continue living without the castration that they seek to impose on me. The accusation is that we do the same as them, for we impose our way of life upon them, as if they are a minority, but in fact they represent the reproduction of the dominant morality. On the other hand, now that we are a greater number of conscious votes we become immune to their prohibitions, not to mention that we do not at any time ask them to change their way of life, we already have to do everything in hiding, outside, in service areas, etc. Because they do not like the smell of this seasoning. Incredible parallels with politics, with the social contract, with our ideas of cohabitation and human cooperation. He who oppresses is not conceived as a opressor, but sees himself as the guardian of justice. You see, they are the ones wronged because we smoke something they want banned. They feel wronged because they feel their space invaded by the forbidden scent. By the odor of that which can not be sold according to the prohibition which they themselves reproduce.
Another point I want to discuss a bit is the idea of ​​assuming anything. This idea always haunted me as a sexuality other than heterosexual, but after dating a transsexual woman, the idea of ​​taking a relationship seemed to gain a kind of focus that to me is totally unnecessary, as absurd, since no heterosexual one needs to assume anything and why should I take on any issue if I am just living and relating freely? Now I need to follow rites of the LGBT categories to have access to the relationships in the environment? No heterosexual has to publicly assume his sexual relationships, so why should I assume anything and raise any flag? By visibility. I understand that it is a political matter, but I do not have to take any position to carry out my own life. Maybe this is fear to compromise. My life I assume dealing with the consequences, not lying and deceiving me with consumer values ​​or ideas that do not concern me. Why would I have to be different from my compatriots and take on very specific dramatic scripts? I say even standardized. Why society asks us for these circus interventions and public shows, why the theatrical character of so many masks? What must be said, what must be done, how not to negatively impress the target audience, we speak as if life were an endless farce. As we need to assume some posture and gestures to fit in in some category. To assume is also to identify oneself. There are those who do not identify with anything or even those who seek the suppression of the individualized identity of the big city. Not everyone wants to act as it is prescribed or of good tone in the militancy. If I'm gay I have to be that way, if I'm straight I have to act the other way, it's like a big joke. Obviously the joke is me, I'm confused and I have not decided what I like. Sex is the last option. I speak of sociability.

***

Na república em que vivo um dos moradores, que na verdade não é exatamente morador, mas sim namorado da moradora principal, ficou visivelmente contrariado ao saber que a macarronada que fizemos com nosso proprio dinheiro era batizada com ervas aromáticas cujas quais ele não gosta do sabor, do odor ou mesmo de seus efeitos. Somos constamente acusados de não respeitar os outros moradores que não utilizam dos mesmos temperos, porém em qualquer situação são eles que querem nos proibir. Não há proibição alguma que eu tenha em mente contra eles, mas no imaginário deles cozinhar com tal tempero é errado. Não puderam reclamar porque foi pago por nós, e feito por nossas mãos, mas mesmo assim foi interessante perceber a contrariedade marcada nas expressões, como se tivessemos obrigação de fazer as coisas como eles gostam, e não como nós gostamos, somos sempre nós que precisamos nos adaptar, nunca eles, a diferença é que não impomos, só lançamos a opção. Você não esta proibido de comer, assim como um vegetariano não é proibido de comer carne, aliás é constantemente "incentivado". Em um churrasco, no Brasil, ninguém decide fazer outra coisa por causa da minoria vegetariana, os vegetarianos que se fodam, e agora que moramos em uma república mais aberta a novas experiências, as percepções conservadoras se tornaram minoria, o que já gerou comentários de insatisfação dos moradores que querem impor regras contra nós por não nos limitarmos as experiências que eles compartilham. Temos nossas próprias práticas. Vivo de acordo com elas e pretendo continuar vivendo sem a castração que eles buscam me impor. A acusação é que fazemos o mesmo que eles, pois impomos nosso modo de vida sobre eles, como se eles fossem minoria, mas na verdade eles representam a reprodução da moral dominante. Por outro lado, agora que somos um número maior de votos conscientes nos tornamos imunes às proibições deles, sem falar que em nenhum momento pedimos para que eles alterassem seu modo de vida, já nós precisamos fazer tudo às escondidas, na parte de fora, em áreas de serviço, etc. Porque eles não gostam do odor desse tempero. Incríveis paralelos com a politica, com o contrato social, com as nossas ideias de coabitação e cooperação humana. Quem oprime não se concebe enquanto pressor, mas se enxerga como guardião da justiça. Veja bem, são eles os injustiçados porque fumamos algo que eles querem proibido. Eles se sentem injustiçados porque sentem seu espaço invadido pelo cheiro proibido. Pelo odor daquilo que não pode ser vendido segundo a proibição que eles mesmos reproduzem.
Outro ponto que quero discutir um pouco é a ideia de assumir qualquer coisa. Essa ideia sempre me perseguiu enquanto sexualidade outra que a heterossexual, mas depois que namorei uma mulher transexual, a ideia de assumir um relacionamento pareceu ganhar uma espécie de foco que para mim é totalmente desnecessário, pois absurdo, uma vez que heterossexual nenhum precisa assumir qualquer coisa e por que eu deveria assumir qualquer questão se apenas estou vivendo e me relacionando livremente? Agora preciso seguir ritos das categorias LGBT para ter acesso à relacionamentos no meio? Nenhum heterossexual precisa assumir publicamente seus relacionamentos sexuais, por que então deveria eu assumir qualquer coisa e levantar qualquer bandeira? Por visibilidade. Entendo que é uma questão política, mas não preciso assumir qualquer posição para realizar a minha propria vida. Minha vida eu assumo lidando com as consequencias, não mentindo e me enganando com valores de consumo ou ideias que não me dizem respeito. Por que eu teria que ser diferente dos meus compatriotas e assumir roteiros dramáticos muito especificos? Digo até padronizados. Por que a sociedade nos pede essas intervenções circenses e shows públicos, por que o caráter teatral de tantas máscaras? O que deve ser dito, o que deve ser feito, como não impressionar negativamente o público alvo, falamos como se a vida fosse uma farsa sem fim. Assumir é também identificar-se. Há quem não se identifica com nada ou mesmo aqueles que buscam a supressão da identidade individualizada da cidade grande. Nem todos querem agir como é prescrito ou de bom tom na militância. Se sou gay preciso ser daquela forma, se sou hetero preciso agir da outra maneira, é como se tudo fosse uma grande piada. Obviamente a piada sou eu, que sou confuso e ainda não decidi o que gosto. Sexo é a última opção. Falo de sociabilidade.

***

Please make a donation. I live in the third world and to continue any work, writing and artistic production, videos or images, I need your financial engagement to not end up in one of the mass exploitation factories of the Brazilian market dictatorship. Please!!!!! Any value counts, 50 reais (12,5 $) is little out there but it makes a big difference here.

Em moeda €€€ EURO:


Em moeda $$$ DOLLAR:


Em moeda nacional R$:

Conta corrente:
Ag: 8351
cc: 15578-6


****

Mes motivations, vive la liberté!

Nenhum comentário:

Postar um comentário