sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Nothing to say, nothing to do, no news.

Faz um tempo que não paro e penso um pouco sobre tudo, por esse meio, a escrita. É possível passar dias falando consigo mesmo, no inconsciente, as vezes até quebrando o silêncio e literalmente começo a conversar comigo, repasso tudo o que errei ou o que devo fazer, meus planos, inseguranças, receios. Lembro que em 2019, logo no começo do ano, sofri um acidente e fiquei 3 meses recuperando de uma fratura na clavícula. Cai de bicicleta em uma rua perto de casa porque não vi uma construção deixada sem avisos, mas o aviso deveria ser eu mesmo, uma vez que tinha reparado na construção quando ainda era dia, porém sou realmente distraído, preocupado comigo mesmo e com todas as rotinas diferentes que preciso cumprir, chapado ainda, realmente me esqueci completamente daquela construção, por isso errei, pela falta de atenção com minha própria integridade, minha bicicleta sem lanterna, plaft, coisa de minutos ou segundos estava no chão, sangrando, sem mexer um braço. Tive a sorte de me recuperar integralmente, perdi 3 meses de dinheiro que não fiz, ganhei uma calcificação torta sobre a fratura, alguns pontos na cabeça e é claro promessas de gente que nunca me ajudou, mas deveriam me ajudar? Nunca foi nenhuma obrigação, mas não me prometa que vai me levar algo pra me ajudar e daí não leve e faça silêncio, era melhor que não houvessem prometido nada em primeiro lugar. Quem sou eu pra julgar os outros, se sou eu que fujo e abandono a todos? Mas ficar em um lugar tem seus custos, nunca foi realmente uma fuga, mas uma busca por outras formas de continuar existindo, então não podia permanecer e tive que ir para outro lugar, mas já quero ir para outro lugar novamente, não como cigano, mas como jovem que pretende-se livre. Liberdade para viver pobre precisando de favores? Fui enganado, fui roubado, fui usado, mas a culpa foi minha, porque com a idade que eu tenho deveria saber mais sobre o que fazer ou como fazer. Mesmo assim as vezes me olho no espelho e não tenho uma única pista do meu caminho. Hoje quero sempre que possível faire d'business, mas fica difícil quando todos são adolescentes ou desempregados. Também não posso culpar o meu meio social, uma vez que se estou lá é porque também faço parte de algo ali, caso contrário nem mesmo estaria, mas as vezes não estou realmente, porque estou cuidando dos meus business pessoais. Desse ponto é um passo para ser chamado de egoísta. Queria poder contribuir mais com minha família e isso tem me aterrorizado emocionalmente, minha inépcia, meus primos (mais velhos ou mais novos) tem já seus negócios reais, casamento, dinheiro para viajar realmente e eu tenho o que? Um rosto bonito? Nem sou tudo isso, apesar de algumas pessoas tentarem me convencer de que sou algo que não sou, tento viver cada vez mais como mais um camponês sem nome, vivendo humildemente minha pequena existência em algum lugar distante, mas quando chego nesse lugar é ainda mais perto de casa, porque é como se minha casa sempre estivesse ali, por que não posso contribuir com eles? Eles que merecem contribuição, não esses espaços de interesseiros e farsantes. Mas chega a ser pior, as vezes sou eu que preciso de qualquer contribuição, qualquer ajuda financeira, para simplesmente poder viver como um pobre! Preciso de ajuda financeira para ser pobre em um país de terceiro mundo, e essa pra mim é uma grande piada porque ainda por cima me acusam de playboy, se soubessem como fico culpado todas as vezes que recebo qualquer favor ou dinheiro da minha família... Se soubessem como foi dificil ficar três meses sem poder trabalhar para levantar meu próprio dinheiro e voltar a dependência da família, como um inútil, ao invés de contribuir, dilapidando o pouco dinheiro dos meus pais porque o imbecil não tinha uma grana de reserva, por outro lado tenho que me felicitar por ter sobrevivido e administrado meus poucos recursos de forma muito eficiente, precisando realmente de uma ajuda, mas nada fora do comum, se serve como desculpa jamais exigi que me mantivessem de qualquer forma, sempre corri atrás e quem me conhece pessoalmente sabe que trabalho até dois horários ou quando for possível, mas ainda assim é suficiente para apenas "viver bem", eufemismo para a realidade do trabalhador honesto, vida independente, mas nao quero ser apenas independente, quero um dia poder ajuda-los de alguma forma, porque não aceito viver às custas de ninguém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário