domingo, 2 de junho de 2013

O Problema da Governabilidade

Esse ensaio não é totalmente acurado e responde a uma questão do semestre de Política III. Garantiu minha passagem novamente sem DP.


O Problema da Governabilidade na abertura democrática



.         A chamada “Constituição Cidadã” ou a "Nova Constituição de 1988", que garantia direitos de liberdade, participação política e acesso ao bem-estar social, foi desde seu início motivo de controvérsias. Acusada como obstáculo da governabilidade e modernização nacional, “assegurou avanços na ordem social ao mesmo tempo que foi refratária a reformas econômicas e pareceu provisória ou incompleta no que diz respeito ao arcabouço político institucional. [ARANTES, Rogério e COUTO, Cláudio. “Uma Constituição Incomum”. In: ARAUJO, Cícero; CARVALHO, M. A. R. e Simões, J. (orgs.). 2010. A Constituição de 1988: Passado e Futuro. São Paulo: Hucitec. pp22]. Durante o Governo Collor, tentou-se reformas no campo constitucional visando a contenção da crise econômica, sem sucesso. Uma das explicações consideradas para a crise de governabilidade do período foi a relação presidencialista que aliada ao modelo de sistema eleitoral e partidário criou o chamado “presidencialistmo de coalização” que obrigatoriamente exigia acordos multipartidários do executivo e do legislativo. Sarney e FHC também expressaram críticas em relação a constituição de 1988 e FHC buscou mudanças para dar dinamismo à economia mesmo sob críticas da oposição. Lula, o partido oposicionista e sucessor, apesar do passado de oposição radical as mudanças, continuou as reformas necessárias para um bom governo. Segundo Rogerio Arantes e Claudio Couto em “Uma Constituição Incomum”, o pragmatismo da constituição de 1988 restringiu o campo decisório aberto ao legislador ordinário e obrigou os sucessivos governos a recorrerem ao emendamento constitucional como forma de implementar sua agenda e evitar invalidação pelo judicionário em razão de uma possível inconstitucionalidade dessas políticas. A ausência de referências à Constituição pelo governo petista é condizente com sua postura oposicionista anterior, “mas constrata com a quantidade de emendas constitucionais aprovadas durante a gestão” [ARANTES, Rogério e COUTO, Cláudio. “Uma Constituição Incomum”. In: ARAUJO, Cícero; CARVALHO, M. A. R. e Simões, J. (orgs.). 2010. A Constituição de 1988: Passado e Futuro. São Paulo: Hucitec. pp35]
.         Conforme análises, a crise governamental do primeiro período democrático, principalmente nos momentos finais antes de 1964, tem sua razão na disputa entre os poderes legislativos e executivos, vetando decisões do executivo e isolando-o. Fenômeno similar ocorreu durante o governo Collor, no segundo período democrático. A diferença é que após o período da ditadura civil-militar, o executivo manteve poder decisório superior ao período democrático anterior e mesmo no período Collor, realizando-se a partir de um governo isolado, o número de medidas legislativas aprovadas pelo governo foi superior a qualquer situação do momento democrático anterior. Outro ponto apontado na explicação da  não governabilidade e crise, além dos fatores econômicos e inflacionários, é a crescente fragmentação partidária pós binômio-partidário do período imposto na ditadura. O Presidenciacialismo de Coalização e a necessidade dos 3/5 dos votos nas duas Casas do Congresso criam a necessidade governamental do compromisso partidário e a crescente necessidade das alterações constitucionais criadas de cima para baixo. Além disso, segundo os autores, o fato de “quase 1/3 da Constituição de 1988 ser formada por Policies constitucionalizadas” repercute fortemente sobre as agendas governamentais e abre a possibilidade da discussão da inconstitucionalidade das mudanças constitucionais, acirrando o jogo partidário.
.         A constituição anterior, fortemente influenciada pelo Estado Novo, criava questões de reivindicação  participativa, cidadania e direitos sociais que no contexto do período posterior a Segunda Guerra Mundial aumentava o desconforto político ideológico dos grandes atores políticos e germinava aos poucos a necessidade do golpe sob a ótica dos interessados e do aumento da instabilidade institucional. A Constituição atual, apesar de todos os fatores envolvidos, da sua grave crise econômica, hiperinflação, altas taxas de desemprego, fragmentação partidária, etc, conseguiu manter a ordem constitucional inalterada, ou seja, revela uma maior aceitação da e consolidação das regras democráticas [KINZO, Maria D´Alva. 2004. “Partidos, eleições e democracia no Brasil Pós-1985”. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, nº 54, vol. 19. pp26]. De qualquer forma, mesmo com a restrição de participação política durante o período ditatorial, a simples manutenção da existência de partidos e eleições criou condições para o processo democrático e futura transição.
.         A consequente fragmentação partidária após o período de bi-partidariamo militar em consonância com a fragmentação social brasileira não impediu no pensamento de muitos autores na conservação do sistema democrático. Levando em consideração todas as controvérsias, o problema maior não está na fragmentação política, mas sim na pouca inteligibilidade do processo eleitoral. [KINZO, Maria D´Alva. 2004. “Partidos, eleições e democracia no Brasil Pós-1985”. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, nº 54, vol. 19. pp28], uma vez que no caso brasileiro, os partidos como organizções distintas não possuem contornos definidos, o que quer dizer, o jogo eleitoral possibilita coligações de partidos que deveriam, hipoteticamente, possuir valores ideológicos e políticos diferentes mas que na prática tendem ao centro-esquerdismo-direita.
.         O brasil atual, refletindo a alternância democrática, trouxe ao poder o tradicional Partido dos Trabalhadores, que de origens radicais e oposicionistas tambem aproximou-se desse posicionamento político de centro, o que criou cisões internas e maior possibilidade de apoio partidário, em situações até impensadas anteriormente, como o apoio de Paulo Maluf ao PT. “Assim, o que parecia a emergência de um novo alinhamento governo/oposição– assumindo o poder aqueles que dele estavam alijados – tornou-se uma situação sem contornos nítidos, em que partidos ligados ao governo anterior passaram a integrar a nova coalizão, e antigos adversários ideológicos passaram a compartilhar o mesmo bloco.” [KINZO, Maria D´Alva. 2004. “Partidos, eleições e democracia no Brasil Pós-1985”. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, nº 54, vol. 19. pp35]. Fato que trás questionamentos às críticas de ingovernabilidade do Presidencialismo de Coalização e fragmentação partidária como fator obstáculo a consolidação democrática.
.         Segundo Lamounier em “Estrutura institucional e governabilidade na Década de 1990”, a constituição atual, de 1988, tem como base uma tríplice vertente ideológica. A primeira é baseada no corporativismo inicial do período Vargas e a modernização do trabalho como terceira via ao socialismo e capitalismo, o segundo ponto é baseado no aspecto consoativo da Polity nacional, ou seja, apesar da necessidade de dominação majoritária nas decisões legislativas e existência da representação partidária e consequente fragmentação baseada na própria existência de diversos interesses sociais e, em contrapartida, levando em consideração a hipertrofia do executivo pós-ditadura, o modelo brasileiro apresenta-se então não como um sistema de representação majoritária nas decisões da agenda política, mas ao contrário, como um bloqueio dessa situação majoritária, sendo assim “nosso subsistema partidário-parlamentar evoluiu, desde a década de 1930, muito mais no sentido de institucionalizar bloqueios do que no de facilitar a agregação de interesses e a implementação de uma vontade majoritária” [LAMOUNIER, Bolívar. 1992. “Estrutura institucional e governabilidade na década de 90”. In: REIS VELLOSO, João Paulo dos (org.). O Brasil e as reformas políticas. Rio de Janeiro: José Olympio. pp27]. Criando em alguns momentos um verdadeiro impasse de paralização governamental. O terceiro ponto surge na própria figura do presidente como centralizador de poder e a estimulação do pluralismo no subsistema representativo. As reformas na década de 1980  levaram as últimas consequências esse modelo anterior consoativo de democracia. A não inclusão do sistema de lista bloqueada na escolha eleitoral nos anos de 1940 e a imposição do bi-partidarismo num sistema multipartidarista em 1964, além dos crescentes avanços sociais e corporativistas, trouxeram os meios, na abertura democratica, para o surgimento da democracia consoativa em sua perfeição, ou seja, a coexistência entre múltiplas fragilidades e a possibilidade da existência de um executivo isolado da maioria partidária fragmentada. [LAMOUNIER, Bolívar. 1992. “Estrutura institucional e governabilidade na década de 90”. In: REIS VELLOSO, João Paulo dos (org.). O Brasil e as reformas políticas. Rio de Janeiro: José Olympio. pp38]
.         A suposta crise governamental é resultado das sucessivas problemáticas da economia nacional e pela paralisação decisória resultado da alta fragmentação partidária surgida na escolha das eleições de lista aberta e do regime presidencialista com forte centralização do poder, porém ambos os períodos democráticos apresentam diferenças na forma de condução do executivo e sua relação com as decisões da agenda governamental, como argumentado na crítica realizada por Argelina e Limongi, contrariando as demais argumentações sobre a crise de governabilidade. “Essas diferenças não são previstas pela argumentação institucionalista antes revista. Na verdade apontam em direção oposta. As taxas de sucesso e a predominância do Executivo na produção legislativa aumentaram acentuadamente no atual regime. Enquanto o Executivo aprovou 29,5% dos projetos de lei que enviou ao Congresso no período de 1946-64, depois da Constituição de 1988 a taxa de sucesso chega a 72,7%. Da mesma forma, a predominância do Executivo na produção legislativa aumentou de 38,5%  para 86%. [FIGUEIREDO, Argelina; LIMONGI, Fernando. 2006. “Poder de Agenda na democracia brasileira: desempenho do governo no presidencialismo multipartidário.” In: SOARES, Gláucio A.D.; RENNÓ, Lucio R. Reforma Política. Lições da História Recente. Rio de Janeiro: Ed. FGV. pp250]. O padrão das coalizações partidárias também esta mais consistente no segundo período democrático o que diferentemente do argumentado garante maior coesão partidária quanto em relação ao apoio governamental. A Constituição de 1988 também alterou o equilíbrio de forças entre o Legislativo e o Executivo, em comparação com a constituição de 1946, ou seja, a nova constituição é baseada num presidencialismo mais forte em herança do período militar. Um presidencialismo forte, ao contrário também do que é em geral argumentado, não se baseia em um poder executivo exercido de cima a baixo, impondo sua vontade ao legislativo. Baseia-se na cooperação do Presidente com as coalizações no Legislativo. Os mecanismos de veto, portanto, não servem como explicação ao (possivelmente mal) funcionamento do governo nos dois períodos democráticos pois é necessário levar em consideração outros ponto como as  mudanças do papel legislador do Congresso e hipertrofia do Executivo que, como argumentado, manteve  todos os poderes de legislar introduzidos pelos governos militares nessa nova Constituição. No período de 1946, o presidente possuia apenas um desses poderes: a iniciativa em questões administrativas em claro contraste com a situação atual onde o executivo tem amplos poderes de gerenciar a agenda legislativa. Um dos instrumentos mais poderosos à disposição do Executivo é a chamada “medida provisória” entrando em vigor imediatamente após sua promulgação.
A medida provisória tem 30 dias para votação no Congresso e se não for aprovada perde seu efeito legal, porém até setembro de 2001 tais medidas poderiam ser reeditadas indefinidamente. Como o regime brasileiro é considerado como um Presidencialismo de coalizão e busca apoio partidário, tais medidas provisórias tendem a receber apoio do Legislativo e, novamente, em todos os ambitos legislativos importantes. Porque se em 1946 o Executivo poderia iniciar apenas projetos administrativos, a nova constituição permite ao Presidente iniciar também projetos orçamentários, sobre impostos, medidas provisórias, emendas constitucionais e etc, com a vantagem de possuir o apoio das coalizões em poder. A medida provisória funciona na análise como uma “barganha” entre o governo e a maioria que lhe da apoio do que como uma ferramenta de resolução de conflitos com o legislativo. Ao contrário, esse mecanismo institucional garante a maioria governista uma situação favorável em relação a minoria oposicionista.
.         O próprio Congresso apresenta diferanças entre os dois períodos democráticos. Atualmente ele é altamente centralizado e depende dos líderes partidários. O presidente da Câmara e os Líderes partidários determinam a pauta legislativa, controlam todo o processo legislativo, podem obstruir a votação das medidas provisórias e são responsáveis pela designação e substituição de membros das comissões. Também nomeiam os membros das comissões destinadas a analisar as medidas provisórias e orçamentárias. Estas comissões não existiam no primeiro período democrático. Além disso, esses líderes podem representar as bancadas do partido, dessa forma acabam por decidir os procedimentos de convocação, emendas e urgência. Podem também retirar projetos de lei das comissões por meio de procedimentos de urgência e levar diretamente ao plenário. 
.         Outra importante questão é que os dois períodos democráticos diferem amplamente no sucesso da aprovação de projetos com Legislativo e na forma como esses projetos de lei são produzidos. No primeiro período democrático, analisando o processo de todos os presidentes, é aparente uma variação nos resultados legislativos, enquanto no segundo momento democrático os resultados legislativos mostraram-se mais estáveis [FIGUEIREDO, Argelina; LIMONGI, Fernando. 2006. “Poder de Agenda na democracia brasileira: desempenho do governo no presidencialismo multipartidário.” In: SOARES, Gláucio A.D.; RENNÓ, Lucio R. Reforma Política. Lições da História Recente. Rio de Janeiro: Ed. FGV. pp257]. A aprovação do orçamento anual também reflete as transformações entre os dois períodos. Em 1946 as leis orçamentárias eram proporcionais ao Executivo e ao Legislativo, enquanto na atual democracia, tais leis são predominantemente Executivas. O presidente mais bem sucedido do primeiro período democrático, Getúlio Vargas, aprovou menos de 50% de seus projetos de lei, enquanto que no segundo período democrático a taxa geral de aprovação ficou em tornou de 72,7% e somente Collor ficou abaixo dessa marca (Levando em consideração seu pouco apoio partidário e hiperinflação), ou seja, fica claro que o poder do executivo pode neutralizar os efeitos centrífugos da separação de poderes, mas se torna ainda mais eficaz se possuir o apoio partidário.
.         A utilização de medidas provisórias foi uma constante nos governos pós Constituição de 1988 e poucas medidas provisórias foram rejeitas pelo Congresso. No governo FHC e em razão das contantes reedições das MP, torna marcante o contraste das medidas reeditadas que foram incorporadas como modificações no texto original. Apesar disso, o uso constante de MP não baseou-se numa estratégia do governo para evitar a oposição. O número crescente de MP reeditadas foi concomitante com uma postura menos oposicionista  e menos ativa do Congresso. O presidente pode evitar que o MP entre em votação reeditando-a mas caso a maioria do Congresso seja contra, o Executivo não poderá impedir que a votação ocorra. O que quer dizer que as reedições do segundo período democrático podem contar com a maioria no Congresso e o Executivo não pode governar sem este apoio. A questão Collor reflete essa situação, pois não há estabilidade institucional quando a governabilidade é derivada do apoio de bases clientelistas que não o apoiam, ou seja, a estabilidade das decisões políticas necessita da negociação com a maioria em coalizão. “Portanto, e em desacordo com as suposições de grande parte da literatura, para governar os presidentes precisam formar coalizões. Como mostra Amorim Neto, eles de fato formaram gabinetes de coalizão majoritária com a participação formal de partidos políticos. [FIGUEIREDO, Argelina; LIMONGI, Fernando. 2006. “Poder de Agenda na democracia brasileira: desempenho do governo no presidencialismo multipartidário.” In: SOARES, Gláucio A.D.; RENNÓ, Lucio R. Reforma Política. Lições da História Recente. Rio de Janeiro: Ed. FGV. pp271].


Bibliográfia utilizada:

LAMOUNIER, Bolívar. 1992. “Estrutura institucional e governabilidade na década de 90”. In: REIS VELLOSO, João Paulo dos (org.). O Brasil e as reformas políticas. Rio de Janeiro: José Olympio.

ARANTES, Rogério e COUTO, Cláudio. “Uma Constituição Incomum”. In: ARAUJO, Cícero; CARVALHO, M. A. R. e Simões, J. (orgs.). 2010. A Constituição de 1988: Passado e Futuro. São Paulo: Hucitec.

ABRANCHES, Sérgio. 1988. “Presidencialismo de Coalizão: o Dilema Institucional Brasileiro”. In: Dados, vol. 31, nº 1, págs. 5 a 34.

LIMONGI, Fernando. 2006. “A democracia no Brasil: Presidencialismo, coalizão partidária e processo decisório.”Novos Estudos, nº 76, novembro 2006, págs. 17 a 41.

FIGUEIREDO, Argelina; LIMONGI, Fernando. 2006. “Poder de Agenda na democracia brasileira: desempenho do governo no presidencialismo multipartidário.” In: SOARES, Gláucio A.D.; RENNÓ, Lucio R. Reforma Política. Lições da História Recente. Rio de Janeiro: Ed. FGV, págs. 249 a 280.

KINZO, Maria D´Alva. 2004. “Partidos, eleições e democracia no Brasil Pós-1985”. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, nº 54, vol. 19.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Nicolas, my condolences. Nicolas, mes condoléances. Nicolas, minhas condolencias.


I have a recurring dream where the situation is totally paranoid and the goal is to escape some control or persecution. It's terrible because all the places are guarded and full of walls and the way is always to hide in some empty street. This situation usually happens at night. Today I had a variation on that dream that was much more cruel. My name was Nicolas and I was being sexually abused. I wanted to get away. I was a child. All the frustration, anger and fear can still be felt and must be even stronger in the unconscious. I do not know why I had this nightmare, but sometimes I'm afraid of things I may not remember. As a child I changed so much from school to school, I fought so much and I do not even know my reasons and conjunctural motives of those moments. In the end, how many things did happen to you and you do not remember consciously? It is these things that have directed your being and yet you have no idea. Who did you become? Would you be any different?

J'ai un rêve récurrent où la situation est totalement paranoïaque et le but est d'échapper à un certain contrôle ou à la persécution. C'est terrible car tous les endroits sont gardés et pleins de murs et le chemin est toujours de se cacher dans une rue vide. Cette situation se produit généralement dans la nuit. Aujourd'hui, j'ai une variation sur ce rêve qui était beaucoup plus cruel. Je m'appelais Nicolas et j'ai été abusé sexuellement. Je voulais partir. J'étais un enfant. Toute la frustration, la colère et la peur peuvent encore être ressenties et doivent être encore plus fortes dans l'inconscient. Je ne sais pas pourquoi j'ai fait ce cauchemar, mais parfois j'ai peur de choses dont je ne me souviens pas. Enfant, j'ai tellement changé d'école en école, j'ai tellement combattu et je ne connais même pas les raisons et les motifs conjoncturels de ces moments. En fin de compte, combien de choses sont arrivées et vous ne vous souvenez pas consciemment? Ce sont ces choses qui ont dirigé votre être et pourtant vous n'avez aucune idée. Qui êtes-vous devenu? Seriez-vous différent?

 Eu tenho um sonho recorrente onde a situaçao é totalmente paranóica e o objetivo é fugir de algum controle/perseguição. É terrivel porque todos os lugares são vigiados e cheios de muros e o jeito é sempre se esconder em alguma rua vazia. Essa situação acontece, em geral, a noite. Hoje eu tive uma variação desse sonho que foi muito mais cruel. Meu nome era Nicolas e estava sendo vítima de abuso sexual. Queria fugir. Eu era uma criança. Toda a frustração, raiva e medo ainda podem ser sentidas e devem estar ainda mais fortes no inconsciente. Não sei porque tive esse pesadelo, mas as vezes eu tenho medo de coisas que eu posso não me lembrar. Quando criança eu troquei tanto de escola, eu briguei tanto e nem sei os meus motivos e motivos conjunturais daqueles momentos. No fim das contas, quantas coisas não te aconteceram e você não se lembra conscientemente? São essas coisas que direcionaram o seu ser e mesmo assim você não faz idéia. Quem você se tornou? Você seria diferente?

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Storyline, Scale and scrip: Suffering and revolted Márcio. Story line, Argumento, Escaleta e Roteiro: Marcio Sofrido Revoltado

ETEC JORNALISTA ROBERTO MARINHO
PRODUÇÃO DE AUDIO E VIDEO



Fundamentos da Narrativa e Linguagem Audiovisual
Entrega de Story line, Escaleta e Roteiro
Profº Responsável: Felipe Neves
BRENER CARNEIRO
São Paulo



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Story line e Argumento

Marcio Sofrido Revoltado

Marcio é um jovem que tem mais o que fazer e queria dormir, porem foi obrigado a fazer um trabalho sobre storyline, escaleta e roteiro. Tentava pensar enquanto tomava um café mas não conseguia inspiração em razão de um longo dia sofrendo por ter sido coagido a lidar com a sociedade. Ele queria se matar. Ele odeia roteiro, mas entende a importancia do assunto. Ele não quer reprovar em uma matéria que ele não gosta. Seus desejos de uma boa noite de sono se tornam cada vez maiores enquanto suas idéias não aparecem e o seu tempo está acabando. Marcio sabe que precisa acordar as seis horas da manhã para trabalhar. Não sabe o que fazer.

Marcio is a young man who has more to do and wanted to sleep, but was forced to do work on an storyline, scale and script. He tried to think while he was having coffee but could not get inspiration from a long day of suffering for being coerced into dealing with society. He wanted to kill himself. He hates script, but understands the importance of the subject. He does not want to disapprove in a class he does not like. Your desires for a good night's sleep get bigger and bigger while your ideas do not show up and your time is running out. Marcio knows he needs to wake up at six in the morning to work. Do not know what to do.


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Escaleta


Marcio Sofrido Revoltado (Escaleta)

SEQUÊNCIA 1: PENSAR
CENA 01 – QUARTO DE MARCIO – INT – NOITE
Vista subjetiva do quarto e longo suspiro impaciente de Marcio.

CENA 02 – QUARTO DE MARCIO – INT – NOITE
Visão subjetiva do notebook de márcio com o título do trabalho, texto em branco. Voz “off” reclamando de sono.

CENA 03 – QUARTO DE MARCIO – INT – NOITE
Marcio olha o relógio. Descreve o horário e se revolta com as três horas de sono que vão sobrar caso ele consiga terminar o trabalho até as 3 da manhã, em voz ‘’off’’.

CENA 04 – QUARTO DE MARCIO – INT – NOITE
Visão subjetiva do notebook. Marcio escreve e apaga. Toma um café. Coloca uma música chamada “Only you” de um cantor chamado “Savage”. Quase chora com sua situação, mas sem demonstrar porque não adiantaria nada demonstrar qualquer coisa. Marcio pensa em se matar e conversa mentalmente sobre a questão.

CENA 05 – QUARTO DE MARCIO – INT – NOITE
Marcio fuma um “cigarro”. Em voz off comenta sobre o quanto é díficil sair de casa todos os dias e lidar com tantas pessoas todos os dias.

CENA 06 – QUARTO DE MARCIO – INT – NOITE
Marcio ainda não tem idéias e está cada vez mais impaciente. Olha pra cama. Sai de onde estava e deita na cama. Levanta e senta em frente ao notebook. Escreve sobre sua raiva. Ouve “Isolation’’ da banda ‘’Joy Division’’. Termina o trabalho, fecha o notebook e sai do quarto.


SEQUÊNCIA 2: MORRER
CENA 07 – QUARTO DE MARCIO – INT – NOITE
Visão subjetiva do teto.  Aparece o quarto e o relógio. Marcio dorme.


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Roteiro

Marcio Sofrido Revoltado (Roteiro)

SEQUÊNCIA 1: PENSAR
CENA 01 – QUARTO DE MARCIO – INT – NOITE
A cena surge mostrando uma cama, roupas jogadas, livros, um relógio, sapatos, uma mesa com um notebook aberto e um café. Em off screen ouve-se um suspiro impaciente. 

CENA 02 – QUARTO DE MARCIO – INT – NOITE
Visão subjetiva do notebook de márcio com o título do trabalho, texto em branco.

MARCIO (O.S)
- Queria dormir. Não to conseguindo pensar. Tenho que escrever essa merda.

CENA 03 – QUARTO DE MARCIO – INT – NOITE
Marcio olha o relógio. Marcio é apresentado sentado impaciente em frente ao seu notebook. É jovem, normal, descabelado e  está só de cueca.

MARCIO (O.S)
-Puta que o pariu, tenho 15 minutos pra escrever esse troço antes de dar três horas. Tô o dia inteiro fora de casa, com sono, e agora vou ter que acordar as 6 da manhã pro estágio. Três horas de sono se eu conseguir terminar isso. Acho que vou dormir.

CENA 04 – QUARTO DE MARCIO – INT – NOITE
Visão subjetiva do notebook. Marcio escreve e apaga. Toma um café. Coloca uma música chamada “Only you” de um cantor chamado “Savage”. Quase chora com sua situação, mas sem demonstrar porque não adiantaria nada demonstrar qualquer coisa.

MARCIO (O.S)
-Talvez fosse melhor morrer logo de uma vez. Ou dormir. Não aguento mais ter que ir atrás de tudo o tempo todo. Ter que resolver tudo, fazer tudo. Eu só queria dormir. Eu não queria precisar acordar amanhã com um despertador escroto pra ter que ir correndo pra um ponto de onibus cheio de gente escrota e depois pegar esse onibus lotado e ainda por cima ser sexualmente abusado no metro. Todos os dias. Vou virar mendigo.

CENA 05 – QUARTO DE MARCIO – INT – NOITE
Marcio fuma um “cigarro”.

MARCIO (O.S)
-Acho que o mais díficil é sair de casa e ter que lidar com todo esse pessoal da rua, com tantos olhares, com tantos ‘bom dia’s e tanta gente lerda no caminho. Gente atrapalhando, gente ajudando. Gente enchendo o saco.

CENA 06 – QUARTO DE MARCIO – INT – NOITE
Marcio ainda não tem idéias e está cada vez mais impaciente. Olha pra cama. Sai de onde estava e deita na cama. Fica um tempo na cama. Fecha os olhos. Levanta da cama, volta para a cadeira e senta em frente ao notebook. Escreve sobre sua raiva. Começa a ouvir “Isolation” da banda “Joy Division”. Termina o trabalho. Fecha o notebook. Olha o relógio. 3:30 da manhã. Marcio sai do quarto.


SEQUÊNCIA 2: MORRER
CENA 07 – QUARTO DE MARCIO – INT – NOITE
Visão subjetiva do teto. Relógio matando o tempo. Marcio dorme.